Nas próximas duas semanas, 25 médicos veterinários habilitados devem iniciar a inspeção de frigoríficos em todo o Rio Grande do Sul, segundo a Secretaria de Agricultura do estado. O órgão exige que todos os profissionais passem por curso teórico e prático, além de estarem cadastrados em empresas prestadoras do serviço.
O tema é polêmico e divide opiniões, especialmente por ser novidade no estado. O diretor-geral da secretaria, Antônio Aguiar, explica que o profissional poderá fazer a inspeção propriamente dita, o chamado ante mortem (antes do abate), até que a peça entre na câmara frigorífica. “Ele fará com responsabilidade, qualidade, garantindo ao consumidor que o produto não terá a menor diferença em relação ao tipo de fiscalização que sofreu”, pontua. Para isso, a ideia é trabalhar com treinamento e capacitação técnica.
Mas, é justamente a inspeção na prática que preocupa. O presidente da Associação dos Fiscais Agropecuários (Afagro), Antônio Medeiros, conta que fiscais com poder de polícia administrativa passam por situações de pressão política muito grande. “Por mais que tenha atribuição legal por ser veterinário, esse colega não terá condição de executar a atividade”. Segundo o representante do setor, isso poderá comprometer a saúde pública. “Pode colocar em risco o produto que chega na mesa do consumidor”, completa.
O novo modelo surge para resolver um problema de falta de estrutura do estado. Aguiar afirma que muitas empresas solicitaram ampliações em 2017 e novas plantas manifestaram desejo de se instalarem no Rio Grande do Sul. Isso não foi possível por falta de funcionários. “Criamos essa modalidade para que, se o estado não tem o corpo técnico próprio, o empresário tenha opção de buscar esse tipo de inspeção”, enfatiza.
(Fonte: Canal Rural)