Partido alega que escritório foi remunerado para a defesa da ‘extinta candidatura do ex-presidente’.
O escritório Teixeira, Martins e Advogados, dos criminalistas Cristiano Zanin Martins e Valeska Teixeira
Martins, que atua na defesa do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva em processos da Lava-Jato, recebeu
R$ 1,5 milhão da campanha presidencial do PT neste ano. Segundo registro feito no Tribunal Superior
Eleitoral (TSE), o valor foi repassado a título de “consultoria jurídica referente a processo eleitoral’. A
informação foi antecipada pela “Folha de S. Paulo”.
De acordo com a campanha do partido, o escritório foi remunerado para a “atuação na Justiça Eleitoral para o
PT e para a extinta candidatura do ex-presidente Lula”. O escritório atuou junto ao TSE na tentativa de
validar um documento assinado por integrantes do Comitê de Direitos Humanos da ONU a favor da
candidatura de Lula. Os advogados atuaram no mesmo caso também no Supremo Tribunal Federal.
Os defensores sustentaram que dois membros do comitê de Direitos Humanos da ONU emitiram liminares a
favor de Lula. Autoridades brasileiras, entretanto, questionaram a validade do documento da ONU porque
são 18 o número de cadeiras no comitê. A Justiça Eleitoral decidiu pela aplicação da Lei da Ficha Limpa e
Lula tornou-se inelegível, sendo substituído por Fernando Haddad.
Na prestação de contas da candidatura de Lula, que foi indeferida, foram registradas despesas de R$ 20,5
milhões, sendo R$ 1,5 milhão para o escritório – ou 5,6% dos custos totais da campanha. Procurado para
falar sobre o assunto, o escritório não se manifestou.