Perdas devastadoras marcam a safra de soja e agravam a crise no estado
Chuvas intensas e contínuas trouxeram desolação ao Rio Grande do Sul, conforme o último boletim da Defesa Civil, que registrou 29 mortes e 36 feridos até a noite de quinta-feira. As inundações atingiram 154 municípios, desalojando mais de 14 mil pessoas. Fábio Eckert, agricultor de Tapes, enfrenta perdas significativas em suas lavouras de soja e arroz. Com cerca de 60% da soja colhida antes das chuvas, ele teme que o restante seja totalmente perdido, após precipitações que somaram 400 mm em apenas quatro dias.
A situação é crítica em várias áreas, com o aumento do nível da Lagoa dos Patos exacerbando os danos. A falta de seguro agrícola aumenta a vulnerabilidade de Fábio, que aguarda ansiosamente por uma melhora no clima para avaliar as perdas. Ele e outros agricultores locais, já pressionados pelos altos custos de adubo e sementes, enfrentam um futuro incerto.
Genésio Moraes, presidente do Sindicato Rural de Tapes, destaca a situação dramática, com apenas metade da soja prevista colhida até agora. A previsão de mais chuvas aumenta o risco de perdas totais. Moraes expressa esperança de que condições climáticas melhores possam salvar parte da produção nos próximos dias.
Em Catuípe, Loan Steglich também relata severas dificuldades. Apesar de a maioria da soja ter sido colhida em sua área, ele observa que onde o plantio foi atrasado, os estragos são ainda maiores. As perdas não se restringem apenas às colheitas, mas também a residências, infraestrutura e equipamentos agrícolas. Com custos de produção altos e produtividade baixa, os lucros já estavam comprometidos antes das chuvas, piorando a situação atual.
A comunidade agrícola, apoiada por organizações e esforços públicos, luta para superar essa fase crítica, enquanto Steglich descreve a tragédia como “indescritível”, evidenciando a escala do impacto das chuvas no setor agrícola do estado.
Com informações do site Compre Rural