O Corpo de Bombeiros Militar de Mato Grosso do Sul segue em intensa batalha contra os incêndios florestais que assolam o Pantanal, especialmente na região da Serra do Amolar. Desde o dia 29 de janeiro, os bombeiros, auxiliados por brigadistas locais, enfrentam as chamas que se alastram por uma das áreas mais biodiversas do mundo, reconhecida como Reserva da Biosfera e Patrimônio Natural da Humanidade.
A complexidade do combate se dá tanto pela dificuldade de acesso à região quanto pela necessidade de uma coordenação precisa entre as equipes em terra e os esforços aéreos. Uma aeronave tipo “air tractor” é peça chave nessa operação, realizando lançamentos de água diretamente sobre o fogo em áreas que seriam inacessíveis por outros meios.
O tenente Jonatas Lucena, do Grupamento de Operações Aéreas (GOA), destacou os desafios enfrentados, como a navegação cuidadosa para evitar colisões com a fauna local, em especial com pássaros de grande porte. O cabo J. Gomes, membro da tripulação de apoio, explicou a logística envolvida no abastecimento rápido da aeronave, que leva de 3 a 5 minutos para carregar mais de 3 mil litros de água.
A operação conta com o reforço de outras aeronaves para transporte de equipes e materiais. Essa estratégia multidisciplinar é vital para o eficiente combate às chamas, que já consumiram cerca de 2,4 mil hectares. A preparação para essas missões envolve um estudo técnico detalhado, que considera desde as condições meteorológicas até a infraestrutura disponível para apoio.
A tenente-coronel Tatiane Inoue, diretora de Proteção Ambiental do Corpo de Bombeiros Militar, que monitora os incêndios florestais no estado, ressaltou a importância de estar preparado para essas emergências, especialmente diante das mudanças climáticas que têm alterado o padrão de chuvas na região, tornando o Pantanal mais suscetível a incêndios mesmo em períodos tradicionalmente úmidos.
O uso combinado de tecnologia, como drones e sistemas de georreferenciamento, com a expertise dos bombeiros tem sido fundamental para enfrentar esse desafio. Apesar das chuvas que ajudaram a controlar parte do fogo, o incêndio persiste, e os esforços continuam concentrados em proteger a biodiversidade única do Pantanal.
Fotos: Natalia Yahn