Denúncia aponta que Vanda Camilo teria utilizado recursos públicos para fins pessoais; caso está sob análise da Procuradoria Geral de Justiça
A prefeita de Sidrolândia, Vanda Camilo (PP), está sob investigação após ser acusada de desvio de verbas públicas para a compra de um iPhone 14 e serviços de manutenção de ar-condicionado em sua residência particular. A acusação faz parte da delação premiada de Tiago Basso da Silva, ex-servidor do setor de Compras e Licitações de Sidrolândia, homologada pelo Tribunal de Justiça de Mato Grosso do Sul (TJMS).
O esquema de corrupção, revelado pela Operação Tromper do Grupo Especial de Combate à Corrupção (Gecoc), tem como principal suspeito Cláudio Jordão de Almeida Serra Filho, conhecido como Claudinho Serra, vereador licenciado de Campo Grande e genro de Vanda Camilo. Ele teria iniciado os desvios quando ocupava o cargo de secretário de Finanças de Sidrolândia em 2021.
Na última sexta-feira (14), o juiz Fernando Moreira Freitas da Silva retirou o sigilo da delação de Tiago Basso, que inclui alegações de que Vanda Camilo teria comprado um iPhone 14 de maneira fraudulenta. O aparelho, conforme pesquisa, está avaliado entre R$ 3,8 mil e R$ 6,7 mil. Além disso, a prefeita teria ordenado a manutenção de aparelhos de ar-condicionado em sua casa utilizando recursos públicos. A delação também menciona a construção de um ponto de mototáxi moderno, embora sem detalhar a fraude associada a essa obra.
Os depoimentos de Basso foram divididos em anexos, com o desembargador destacando que nem todos os episódios têm conexão entre si. Assim, os desvios atribuídos a Vanda Camilo não estariam diretamente ligados ao esquema comandado por seu genro.
Desdobramentos da Investigação
De acordo com o parecer da Procuradoria Geral de Justiça (PGJ), a investigação sobre Vanda Camilo, que possui foro privilegiado, dependerá da avaliação da PGJ para o oferecimento de denúncia. Os demais anexos da delação foram remetidos à comarca de Sidrolândia.
Em resposta às acusações, Vanda Camilo reafirmou sua inocência e declarou ter exonerado ou afastado todos os servidores envolvidos na Operação Tromper. “Nunca me envolvi em atividades ilícitas ou antiéticas, e nunca respondi a nenhum processo”, afirmou, classificando as acusações como motivadas politicamente devido à proximidade das eleições.
Ameaças e Pressões
Nos documentos acessados pelo Campo Grande News, Tiago Basso relatou ter sido ameaçado de morte por Ueverton da Silva Macedo, conhecido como “Frescura”, outro suspeito no esquema. As ameaças teriam ocorrido quando Basso cogitou a possibilidade de um acordo de delação premiada.
Claudinho Serra, Frescura e Ricardo Rocamora são apontados como os líderes do esquema de corrupção, que envolvia fraudes em licitações e contratos municipais em Sidrolândia. A investigação revelou que a quadrilha criava empresas ou usava pessoas jurídicas existentes para participar dos mesmos processos licitatórios, sem possuir a experiência ou capacidade técnica necessária para a execução dos serviços ou fornecimento dos bens contratados.
Denunciados no Esquema
Entre os denunciados estão Carmo Name Filho, Thiago Rodrigues Alves, Milton Matheus Paiva Matos, Ana Cláudia Alves Flores, Marcus Vinícius Rossentini de Andrade Costa, Luis Gustavo Justiniano Marcondes, Jacqueline Mendonça Leiria, Heberton Mendonça da Silva, Roger William Thompson Teixeira de Andrade, Valdemir Santos Monção, Cleiton Nonato Correia, Edmilson Rosa, Fernanda Regina Saltareli, Maxilaine Dias de Oliveira, Roberta de Souza, Yuri Morais Caetano, Rafael Soares Rodrigues, Paulo Vitor Famea e Saulo Ferreira Jimenes.
Com informações do site Campo Grande News
